Crédito Agrícola
Sindicatos querem aumento salarial de 8,5%
A proposta de revisão salarial para 2023 apresentada pelo MAIS, SBC e SBN às Instituições de Crédito Agrícola Mútuo (ICAM) reivindica um aumento de 8,5% nas tabelas e cláusulas de expressão pecuniária.
Os três Sindicatos dos Bancários da UGT entregaram ao Crédito Agrícola uma proposta com as suas reivindicações, semelhantes às do ACT do Setor Bancário, que serve de base para todas as convenções coletivas.
A proposta sindical é de atualização salarial – com um aumento de 8,5% nas tabelas e cláusulas de expressão pecuniária –, já que a discussão do clausulado do ACT das ICAM está a ser feita no âmbito do processo de revisão de 2021/2022, ainda em curso.
Os bons resultados apresentados pelo sistema bancário em Portugal – e o Crédito Agrícola não é exceção – são amplamente conhecidos e, aliás, confirmados não só pela ABP como pelas próprias instituições.
Pelo contrário, os rendimentos dos bancários têm vindo a diminuir e a importância dos gastos com pessoal no total de rendimentos do sistema bancário português a recuar. Em 2021, os gastos com pessoal totalizaram 2.191.178 mil euros, enquanto o produto bancário atingiu 7.874.363 mil euros.
Assim, aumentar apenas os salários não chega e os Sindicatos reclamam medidas de apoio extraordinário para todos.
MAIS, SBC e SBN estão cientes de que é fundamental que o processo negocial decorra com a máxima celeridade, pelo que não estão disponíveis para protelar a sua conclusão como aconteceu no passado recente.
Bom exercício
Para sustentar a sua reivindicação, os Sindicatos ponderaram os seguintes factos:
- O resultado líquido do Grupo Crédito Agrícola, no primeiro semestre de 2022, ascendeu a 64,4 milhões de euros, correspondente a uma rentabilidade de capitais próprios anualizada de 6,5%;
- A carteira de crédito (bruto) a clientes do Grupo registou um crescimento homólogo de 3% (ou seja, 341 milhões de euros) atingindo 11,9 mil milhões de euros;
- No final do primeiro semestre de 2022, os níveis de solidez e liquidez do Grupo Crédito Agrícola mantinha-se acima dos níveis mínimos recomendados, tendo reportado rácios CET1 e de fundos próprios totais de 18,7% (excluindo resultado líquido do período), um rácio de alavancagem de 6,8%, um rácio de cobertura de liquidez (LCR) de 481,6% e um rácio de financiamento estável (NSFR) de 154,9%.
Trabalhadores com dificuldades
- Os trabalhadores do Crédito Agrícola não têm beneficiado dos ganhos de produtividade e dos lucros apresentados pelas ICAM;
- Não só em consequência da crise pandémica e da guerra na Ucrânia, cujo impacto reflete-se nas elevadas taxas de inflação, mas também pela insuficiente evolução salarial dos últimos anos, os trabalhadores vão enfrentar um ano especialmente difícil, pelo que é da máxima justiça que as ICAM contribuam, através da negociação coletiva, para a sua melhoria de vida.
Como em todas as situações, MAIS, SBC e SBN tudo farão para defender a sua proposta negocial, empenhando todos os meios ao seu alcance para garantir justiça para os trabalhadores.
Os Sindicatos informarão os seus sócios sobre o decorrer das negociações, consoante a sua evolução.
As direções
16/12/22
Consulte aqui o COMUNICADO