Negociações do ACT

Sindicatos da UGT não traem os bancários e rejeitam 3% de aumento nas tabelas

 

 

Na reunião de negociações desta quarta-feira, no âmbito da revisão do ACT do Setor Bancário, MAIS, SBN e SBC recusaram a proposta das Instituições de Crédito de 3% de revisão salarial. Face aos milhões e milhões de lucro a cada trimestre, aceitar um acordo com base nesse valor percentual é trair os bancários.

MAIS, SBN e SBC reuniram-se esta quarta-feira, dia 29 de maio, com o Grupo Negociador das Instituições de Crédito (GNIC) subscritoras do ACT do Setor Bancário, em mais uma ronda de negociações de revisão das tabelas e cláusulas de expressão pecuniária.

O GNIC apresentou uma nova proposta, subindo de 2,5% para 3% de aumento, e tentando pressionar a assinatura de um acordo anunciando que outro sindicato já o fez.

Os Sindicatos da UGT de imediato rejeitaram a proposta, considerando insuficiente face à perda de poder de compra de ativos e reformados, aos ganhos de produtividade no setor e aos avultados lucros da banca, que demostram a capacidade de as IC remunerarem melhor os trabalhadores. Face a tudo isso, pretendem continuar as negociações.

 

Interesses

O despudor da banca não conhece limites, mas não é único. Infelizmente para a classe bancária, há quem esteja disposto a seguir-lhe o jogo e deitar a perder a luta de todos, sabe-se lá em nome de que interesses obscuros.

Depois de duas reuniões conjuntas de todos os sindicatos do setor, em que por unanimidade foi decidido encetar ações conjuntas para pressionar a banca a aceitar aumentos salariais dignos, que compensassem a perda do poder de compra e a produtividade, bem como uma repartição mais justa da riqueza gerada, um único sindicato quebra a união de forças e assina um acordo que em nada contempla o que reivindicava à boca cheia.

Curiosamente, esse é o mesmo sindicato que nas reuniões com os demais defendia as ações mais radicais, chegando mesmo a defender uma greve até três dias!

Para onde voou toda essa bravata? Afinal, parece que basta uma migalha para o calar.

 

Traição

É no mínimo surpreendente que tenha aceitado um acordo com um aumento salarial que é praticamente metade do valor que defendia ainda há uma semana e, mais ainda, que justifique a sua traição aos bancários com os mesmos argumentos da banca!

Sim, porque, como a uma só voz, esse sindicato e as IC rompem com uma prática de décadas e em vez de contabilizar no cálculo a inflação do ano passado – que é um facto – enganosamente utilizam a inflação prevista para este ano – um pressuposto!

Como se não bastasse, neste engodo aos bancários fazem tábua rasa dos muitos milhões de lucro que os bancos vêm acumulando – um facto indesmentível – não contemplando nem um tostão para aqueles que tanto trabalharam para eles – os bancários.

Que a banca tenha este comportamento é uma vergonha; mas que um sindicato faça o mesmo é mais do que uma cedência às entidades patronais, é dividir os sindicatos, enfraquecer a luta de todos e pactuar miseravelmente com os patrões para empobrecer os bancários no ativo e reformados.

 

Defender os bancários

A luta por melhores salários ficou gravemente comprometida, mas não será abandonada. MAIS, SBN e SBC rejeitaram a proposta da banca e vão continuar a exigir que os bancários, ativos e reformados, tenham aumentos dignos e melhoria do poder de compra. Os lucros dos bancos não podem ser só para os acionistas.

Os Sindicatos da UGT não pactuam com a banca para prejudicar os bancários. O seu empenho é claro e não cedem a pressões nem a interesses obscuros: defender a classe é o seu único propósito. Pena que nem todos possam dizer o mesmo…

As ações ficam com quem as pratica. Os bancários têm boa memória e não perdoam quem os trai.

 

As Direções

29/05/24

 

Leia aqui o COMUNICADO