NEGOCIAÇÃO SALARIAL BCP
BCP propõe aumento de 2,5%, inaceitável para Sindicatos
Como a restante banca, o BCP inicia as negociações salariais em 2,5% nas tabelas salariais e cláusulas de expressão pecuniária e rejeita todas as propostas de clausulado apresentadas pelo SBN, MAIS e SBC.
Quando a maioria dos bancos com IRCT já manifestaram disponibilidade para evoluir nas suas posições iniciais e outros já avançaram, o BCP, que só agora apresentou a sua contraproposta aos Sindicatos, fica-se pelos 2,5% de aumentos salariais.
Na contraproposta, faz desde logo uma declaração de princípio: “O BCP tem a intenção de atualizar as tabelas salariais e restantes cláusulas de expressão pecuniária em 2023”, acrescentando que os Sindicatos poderão contar com o banco para que, “em conjunto, gizar uma solução que possa ir ao encontro dos interesses dos trabalhadores”, mas, adverte, “sempre respeitando os desafios e condicionalismos inerentes à situação do setor e especialmente do próprio BCP”.
E apresenta os seus valores:
– Aumento ACT: 2,5% para todos os níveis (níveis 1, 2 3 ajustados ao valor do salário mínimo);
– Aumento subsídio de almoço: 4,76% (para 11€);
– Cláusulas de expressão pecuniária: 2,5%.
Quanto às alterações de clausulado propostas por estes Sindicatos, o BCP não aceitou nenhuma.
Justificações
Os argumentos do BCP para apresentar um valor percentual tão baixo para os seus trabalhadores vão do clima de incerteza económica para este ano ao impedimento da regulação do setor em Portugal, que impede a cobrança de mais taxas; dos resultados do banco na Polónia à evolução, embora positiva, da rentabilidade do Grupo em 2022 (ROE de 2,5%), um “valor bastante abaixo da média nacional e europeia para o setor”.
As promoções desde 2017, as remunerações variáveis e o apoio extraordinário de 500€ em 2022 para mitigar os efeitos da escalada da inflação são outras justificações do banco para não ir além dos 2,5% de aumento para este ano.
Inaceitável
SBN, MAIS e SBC consideram inaceitável a contraproposta do BCP, tal como já adiantaram para outras respostas semelhantes.
Nesse sentido, estes Sindicatos esperam que se iniciem as negociações formais e o BCP evolua na sua posição, pois estão indisponíveis para aceitar qualquer aumento que fique aquém das necessidades dos trabalhadores e não compense minimamente o seu esforço e dedicação, fundamentais para os lucros obtidos.
Os Sindicatos lembram ainda o BCP que não vão tolerar o prolongamento artificial das negociações, como aconteceu em momentos anteriores. Os trabalhadores precisam de aumentar os seus rendimentos – e precisam agora.
SBN, MAIS Sindicato e SBC manterão os respetivos sócios informados sobre o evoluir das negociações.
As Direções
31/01/2023
Veja o COMUNICADO